Por mais que vejamos o poder das nova tecnologias todos os dias, às vezes precisamos parar para refletir e compreender de forma mais abrangente a velocidade e a amplitude dessa nova revolução das tecnologias exponenciais. Algumas perguntas para gerar essa reflexão, mesmo que com exemplos batidos:
Como você consome música hoje?
Quando viaja, carrega consigo mapas físicos para localização?
Sua mochila ou bolsa vive pesada por causa da papelada ou dos disquetes que carrega?
Agora, imagine a quantidade de novidades tecnológicas que estão nascendo e surgirão em várias áreas como inteligência artificial, robótica, internet das coisas, veículos autônomos, impressão em 3D, nanotecnologia e biotecnologia, para citar apenas algumas.
A questão para todas as indústrias e empresas, sem exceção, não é mais “haverá ruptura em minha empresa?”, mas “quando ocorrerá a ruptura, quanto irá demorar e como ela afetará a mim e a minha organização”.
Cenário de mudanças exponenciais
Nós, seres humanos, evoluímos em um mundo local e linear: local porque tudo na vida de nossos ancestrais costumava estar à distância de um dia de caminhada – se algo ocorresse do outro lado do planeta, eles não ficavam sabendo – e linear porque nada mudou no decorrer de séculos ou mesmo milênios.
Em forte contraste, hoje vivemos em um mundo global e exponencial. O problema é que nosso cérebro – e, portanto, nossas capacidades de percepção – não foi projetado para processar nessa escala ou velocidade. Nossa mente linear não consegue captar a progressão exponencial.
Dessa forma, nenhuma empresa comercial, governamental ou sem fins lucrativos, em estado de inércia consegue competir ao ritmo das inovações que acontecem a todo momento – e precisamos nos tornar capazes de acompanhar.
Mas, como nos preparamos para um futuro de tendências exponenciais, se não estamos acostumados a pensar assim? Para isso, vamos começar com os conceitos básicos de crescimento exponencial.
O que é crescimento exponencial?
Ao contrário do crescimento linear, que resulta em adicionar repetidamente uma constante, o crescimento exponencial é a multiplicação repetida dela. É por isso que o crescimento linear produz uma linha reta estável ao longo do tempo, enquanto o crescimento exponencial dispara.
Esse é o poder surpreendente e não intuitivo do crescimento exponencial:
O ponto é que muitas vezes não entendemos as tendências exponenciais em seus estágios iniciais porque o ritmo em que começa o crescimento exponencial é enganoso – ele nasce lento e estável e é difícil diferenciá-lo do crescimento linear.
Os 6Ds dos exponenciais
Para compreender melhor como essa mudança se desenrola, precisamos entender as características próprias dos exponenciais. Para isso, Peter Diamandis desenvolveu um modelo chamado “6 Ds dos exponenciais”:
Os 6 Ds dos exponenciais são uma reação em cadeia da evolução tecnológica, ou seja, um um roadmap de desenvolvimento rápido que sempre leva a grandes oportunidades. Os 6 passos chaves são: digitalização, decepção, disrupção, desmonetização, desmaterialização e democratização.
1. Digitalização:
Qualquer coisa que se torna digitalizada entra na lógica do crescimento exponencial. A informação digital é fácil de acessar, compartilhar e distribuir. Ela é transmitida na velocidade da internet e muda desde o campo do entretenimento e informação até o da construção e da medicina. Ou seja, um produto adquire poder exponencial assim que muda de físico para digital;
2. Decepção:
No começo, qualquer inovação pode enganar e parecer decepcionante. De um para dois e de dois para quatro, a diferença não é tão grande. Mas de 500 mil para 1 milhão e de 1 milhão para 2 milhões, a diferença começa a ficar imensa. Esse é o conceito de uma curva exponencial. Se alguém desistir antes da hora, poderá perder oportunidades. No entanto, quem perseverar, terá um mar de opções para explorar.
3. Disrupção:
Em termos simples, uma tecnologia disruptiva é qualquer inovação que cria um mercado e abala outro já existente. Quando temos câmeras superpotentes em nossos smartphones, para que comprar uma câmera com filme e rolos? Quando temos serviços de compartilhamento de carros, vamos mesmo querer comprar automóveis? Quando temos Netflix, para que alugar DVDs?
4. Desmonetização:
Uma consequência direta da disrupção costuma ser a desmonetização. Ao passo em que tecnologias se tornam mais baratas e acessíveis, o preço de serviços vai ficando cada vez mais barato até que, muitas vezes, chega a zero. O Skype desmonetizou a telefonia de longa distância.
5. Desmaterialização:
Se a desmonetização descreve o desaparecimento do dinheiro antes pago por produtos e serviços, a desmaterialização consiste no desaparecimento dos próprios produtos e serviços. Fita Cassete, VHS, Discman, walkmen, walk-talk, câmera, livros… todos eles cabem hoje no seu bolso. E não porque eles viraram diversas tecnologias pequenas. Eles se desmaterializaram. São serviços na nuvem que chegam a nós em forma de aplicativo ou de um sistema rodando em um navegador.
6. Democratização:
Por fim, quando algo se torna digitalizado e desmonetizado, mais pessoas podem ter acesso a isso. E aí o mundo começa a mudar, porque as pessoas estão tecnologicamente empoderadas. São exemplos disso os smartphones, os tablets e a conectividade sem fio, que permite a comunicação de tais dispositivos com a internet.
A importância de pensar exponencialmente
Pensar linearmente faz com que as empresas, os governos e os indivíduos fiquem cegos aos fatores que tendem a um crescimento exponencial.
O pensamento exponencial reduz um pouco desse estresse disruptivo e revela novas oportunidades. Os 6Ds mostram o caminho do que pode acontecer quando uma tecnologia exponencial nasce e é um guia para explorar o poder dos mesmos para começar a construir empresas novas e ousadas.
E você, já sabe como competir nesse mundo de mudanças exponenciais?
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